Por quê o Fevereiro Laranja é um alerta para as doenças cardíacas?

Dr. Eduardo Schlabendorff, diretor da Sociedade de Cardiologia do Rio Grande do Sul (SOCERGS), esclarece sobre cardio-oncologia

17/02/2023

SOCERGS explica sobre a importância de associação de tratamentos


Como forma de esclarecer e conscientizar sobre temas importantes, todos os meses recebem uma cor. O mês de fevereiro é marcado pela cor laranja, que alerta sobre um câncer que afeta as células brancas do sangue, a leucemia. 

O último fim de semana, reforçou a campanha com o Dia Mundial do Câncer (sábado, 4) e o Dia Nacional da Mamografia (domingo, 5), uma referência ao método utilizado para identificar o câncer de mama. Com a possibilidade de uso de métodos avançados de diagnósticos e tratamentos mais modernos, muitos tipos de cânceres descobertos precocemente podem ser tratados e curados.

Contudo, ainda é pouco difundido que ao tratar qualquer tipo de câncer, um órgão vital pode ficar enfraquecido: o coração. “O câncer e as doenças cardiovasculares são as principais causas de morte no mundo inteiro e com os avanços no tratamento oncológico há a necessidade de um cuidado adicional para os aspectos cardiovasculares. Muitos tratamentos e condições oncológicas acabam por gerar um efeito adverso sobre o sistema cardiovascular”, explica o cardiologista especializado em cardio-oncologia Eduardo Schlabendorff, diretor da Sociedade de Cardiologia do Rio Grande do Sul (SOCERGS).

Schlabendorff lembra ainda que maus hábitos que podem levar ao desenvolvimento do câncer também podem causar doenças cardiovasculares: “A gente sabe que os mesmos fatores de risco que levam um paciente a ter o câncer de pulmão ou esôfago – o tabagismo, por exemplo –, podem também produzir as doenças cardiovasculares”.

Relativamente nova (2011), a cardio-oncologia é uma subárea da cardiologia que acompanha quem faz tratamento de algum tipo de câncer. Para atuar como cardio-oncologista, o médico cardiologista precisa fazer uma especialização – uma das existentes no Brasil é promovida pela Sociedade Brasileira de Cardiologia em conjunto com o Inca (Instituto Nacional do Câncer) e o Instituto Nacional de Cardiologia. O tema “Cardio-oncologia” receberá uma mesa redonda exclusiva no Congresso da SOCERGS, que acontece de 4 a 6 de maio, no Centro de Eventos do Wish Serrano, em Gramado. Inscrições e mais informações pelo site: www.socergs.org.br/congresso2023

 

Cardiotoxicidade e o sistema cardiovascular

Durante o tratamento de um câncer, o paciente precisa, muitas vezes, fazer quimioterapia e radioterapia, tratamentos que resultam no que se chama de cardiotoxicidade. “Todos os tratamentos oncológicos podem ter algum efeito adverso sobre o sistema cardiovascular e, quando isso ocorre, muitas vezes, é necessário que um especialista em cardio-oncologista faça acompanhamento conjuntamente com o oncologista do paciente, decidindo os melhores tratamentos para cada caso. Os dois especialistas podem definir se há alguma necessidade de modificação ou ajuste terapêutico que possibilite ao paciente o menor risco possível de eventos cardiovasculares secundários”, explica Schlabendorff.

Ele acrescenta que, ao receber os cuidados cardiológicos adequados, o paciente que trata ou já tratou de um câncer corre menos risco de passar por um problema cardíaco: “É necessário não esquecer de olhar para os aspectos preventivos, porque muitos pacientes que começam o tratamento do câncer acabam abandonando os tratamentos cardiológicos e, muitas vezes, as complicações se devem à falta de atenção a doenças cardiovasculares prévias e fatores de risco”.

Schlabendorff ressalta que, embora indicado para a maior parte dos casos, nem todo paciente necessita de um acompanhamento cardio-oncológico: “Muitas vezes, a necessidade é entender os perfis diferentes de risco de cada paciente submetido a um tratamento do câncer. Por exemplo, um paciente jovem, com poucos fatores de risco, muitas vezes não vai precisar de um acompanhamento com o cardio-oncologista. Já aqueles pacientes que têm risco intermediário, alto ou muito alto de desenvolver uma carga de toxicidade, precisarão de acompanhamento conjunto para otimizar aspectos preventivos e monitorar o sistema cardiovascular”.

Nesses casos, mesmo após o fim do tratamento oncológico, o acompanhamento cardiológico continua. ”As doenças cardiovasculares podem surgir como um efeito tardio, por isso, é necessário continuar o tratamento cardio-oncológico”, salienta Schlabendorff.

Assessoria de imprensa
Expressa Comunicação Kristiane Rothstein (41)99981-0025

 

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